Monday, February 15, 2010

Sem título IV

Amor,

hoje é o dia em que te deixo ir.
Se te aperto demasiado, não consegues respirar. Se não te aperto, foges. Eu sei o que isso quer dizer: não queres estar comigo, por isso... és livre.

É das coisas mais difíceis de fazer neste mundo, sabes? O deixar o amor ir. Tu sabes, e eu sei. Mas há alturas em que outras coisas há que falam mais alto. Uma delas é a nossa auto-preservação. Não posso amar quem não quer amar-me de volta. Não posso esperar que, um dia, tu me queiras. A vida não se compadece da espera: o tempo passa, envelhecemos, conhecemos pessoas, rimo-nos, choramos, crescemos... e um dia, as coisas mudaram.

É essa a parte que mais me dói: saber que deixando o amor partir, a vida vai continuar. Um dia, não vou estar aqui, e tu não vais estar aí. Teremos seguido os nossos destinos, para longe. Mesmo que nos voltemos a encontrar, tu e eu, seremos pessoas diferentes.

Tenho convulsões. Não quero que o tempo passe, não quero que as coisas mudem. Só que eu não posso fazer nada mais do que aquilo que já fiz. Tentei amar-te, tentei ser tua amiga, tentei fazer de conta que não estava triste, tudo para que tu não ficasses triste também. E fiquei cansada. Tenho de deixar o amor ir-se embora, para um dia poder voltar a amar.

Nem tenho mais palavras para te dizer. Não sei o que dizer, a não ser olhar para ti como se estivesses longe. E desejar que houvesse um feitiço que me fizesse esquecer que te conheci, para poder ser feliz na ignorância.


Tenho de te deixar ir, amor.

Sunday, February 14, 2010

Sem título III

sometimes, we put life on hold
waiting for better days
when the truth is
better days are made by you and i
why are you on hold, then?